LAC-AC

LAC-AC: Liga Acadêmica Curitibana de Análise do Comportamento

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A Clínica da Análise do Comportamento

Texto escrito por Marjorie Wanderley (UFPR - Assessoria de Comunicação LAC-AC)

No último texto publicado aqui no blog o Presidente da LAC-AC explicou sobre a história e alguns dos pressupostos básicos da Análise do Comportamento (AC, a partir de agora). Com base em todos os seus conceitos e possibilidades de prática, a AC encontra espaço de atuação em diversos âmbitos, o que já era esperado, visto seu objeto de estudo ser o comportamento, presente em todos os âmbitos da vida. Alguns exemplos da aplicabilidade da AC são: Ciências jurídicas, educação, medicina, diversos programas de intervenção, treinamento e desenvolvimento de pessoal, psicoterapia, entre outros. O foco desse texto será a prática clínica da AC, mais objetivamente a psicoterapia, visto que no âmbito clínico existem outros tipos de prática, como o coaching.
A história da clínica comportamental, segundo Garcia (2007), iniciou-se com experimentos respondentes dentro de laboratório, passando então para os operantes, e na década de 50, em ambientes naturais do ser humano. Passa então a predominar os experimentos com diversos tipos de sujeitos nos mais diversos settings. Porém, somente nos anos 80 e 90 surgem clínicos voltados para a proposta de resgate do Behaviorismo Radical, objetivando estudar os escritos de Skinner em uma proposta psicoterápica voltada para um modelo de seleção por consequências.
É importante ressaltar que embora os estudos de Skinner tenham dado origem ao processo de psicoterapia empregados hoje em clínica, ele não foi um psicoterapeuta, mas sim um cientista e pensador, cujo modelo, segundo Delitti (2005), é muito mais abrangente e se estende a muitos outros contextos além da psicoterapia. Ainda, seu objetivo principal era de que a AC fosse usada como uma prevenção para a sociedade, mais do que para a solução de problemas.
Ainda assim, Skinner (1993) escreveu sobre o processo terapêutico, apontando que o principal objetivo da terapia é o de reverter mudanças comportamentais que aconteceram como resultado da punição e o principal resultado é o de que os estímulos que são gerados automaticamente pelo próprio comportamento do paciente tornam-se menos aversivos ao longo do processo. Como consequência disso, passa a ser menos provável que exiba as formas de comportamento operante que fornecem um meio de fugir dessa estimulação. Skinner entende a Psicoterapia como uma agência controladora, utilizada para lidar com os subprodutos do controle que incapacitam o indivíduo ou que são perigosos para ele mesmo ou para os outros. Esses subprodutos são, por exemplo, o medo, ansiedade, ira, raiva, e depressão.
Skinner, no mesmo texto, destaca a importância, no processo psicoterapêutico, de o profissional saber fazer uma boa entrevista, coletando todos os dados importantes da história de vida, dos comportamentos em questão e do contexto em que o paciente vive. Essa coleta de dados seria o primeiro passo, enquanto que o segundo seria a demonstração das relações funcionais. O terapeuta, em seu papel de agente controlador, deve usar todos os recursos possíveis para garantir que o paciente continue a ter contato com ele, o que, ao longo da terapia, acaba acontecendo naturalmente na medida em que o terapeuta torna-se uma fonte de reforço. Grande parte desse fato deve-se ao terapeuta ser uma audiência não-punitiva, o que significa que não critica o paciente nem nenhum de seus comportamentos, evitando o uso da punição. Esses tipos de comportamentos fazem com que o comportamento até então reprimido passe a aparecer no repertório do paciente.
Segundo Guilhardi (2004), a terapia comportamental da atualidade é entendida como um processo que utiliza de procedimentos ou técnicas comportamentais específicos, com o objetivo de alterar exemplos de comportamentos. Porém, não se limita a essa prática, na medida em que os problemas comportamentais do cliente geralmente são muito mais abrangentes do que as queixas trazidas por ele. Portanto, a ênfase do terapeuta deve ser no repertório geral de comportamentos do cliente, e não apenas em sua queixa, ficando sobre controle dos excessos, déficits e reservas comportamentais. O autor destaca, ainda, que não há unanimidade sobre a definição de Terapia Comportamental, quanto às práticas clínicas ou o referencial conceitual adotado pelo terapeuta comportamental.
O assunto de psicoterapia comportamental é abrangente e o que foi feito aqui é apenas uma breve introdução. Outros assuntos que podem ser discutidos são as diferenças entre Terapia Comportamental e Terapia cognitivo-comportamental, muitas vezes confundidas, técnicas empregadas na terapia comportamental, modelos de terapia. Ainda, o aprofundamento em terapia infantil, terapia de casais, tratamento de fobias, pânico e ansiedade, acompanhantes terapêuticos, enfim... Assuntos divertidos que ficarão para uma outra hora!


Referências
Delitti, M. & Groberman, (2005). Skinner e terapia. Em: E.B. Borlotti; S.R.F.Enumo, M.L.P.                              Ribeiro (Orgs.). Análise do Comportamento: teorias e práticas.
Garcia, M. R. (2007). O Percurso Histórico da Terapia Comportamental. Revista Terra e Cultura – n. 44, ano 23.
Guilhardi, H. J. (2004). Terapia Comportamental. Em: Terapia Comportamental e Cognitivo-comportamental – Práticas Clínicas / organizadores Cristiano Nabuco de Abreu, Hélio José Guilhardi – São Paulo : Roca, 2004.
Skinner, B. F. (1993). Ciência e Comportamento Humano. Tradução de João Carlos Todorov e Rodolpho Azzi. São Paulo: Martins Fontes (trabalho original publicado em 1953).


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Afinal, O Que É a Análise do Comportamento?

Texto escrito por Roberto Veloso (UFPR , Presidente LAC-AC)

Talvez você tenha chegado neste texto procurando por alguma informação sobre ligas acadêmicas, acabou encontrando essa tal de Liga Acadêmica Curitibana de Análise do Comportamento e ficou se perguntando “mas que diabos é essa tal de Análise do Comportamento?”. É uma pergunta importante e não se aflija: se você não é da área da Psicologia, dificilmente teve a oportunidade de saber a resposta. Para sua sorte, lhe preparamos uma explicação introdutória.
Há milênios as pessoas se perguntam sobre seu próprio comportamento, ou pelo comportamento dos outros, sejam esses outros pessoas também, sejam eles animais ou ainda plantas. Mas foi apenas no final do século XIX que um cientista russo, chamado I. P. Pavlov, fez uma descoberta que revolucionou as investigações sobre o comportamento[1]. Pavlov, que era um fisiologista dedicado à pesquisa dos fenômenos digestivos em animais, descobriu que era possível para um indivíduo aprender um novo reflexo. Pode parecer uma coisa muito simples para tanto alarde, mas até então se acreditava muito fortemente que todos os reflexos eram inatos, ou seja, que os organismos já nasciam com todos os reflexos que lhes eram possíveis, e o que essa descoberta de Pavlov mostrou foi que os organismos também aprendiam coisas novas.
A descoberta de Pavlov incentivou centenas de outros cientistas durante os anos seguintes, que acabaram por formar uma grande tradição de pesquisa conhecida como Reflexologia, dedicada ao estudo experimental dos comportamentos reflexos. O conhecimento produzido na Reflexologia muito influenciou a Psicologia, que acabava de se firmar como uma ciência institucionalmente independente da Filosofia. Essa influência pode ser percebida principalmente na Rússia, terra natal de Pavlov[2].
Já no início do século XX, as pesquisas de Pavlov e sua equipe chegaram aos psicólogos dos Estados Unidos, que ficaram bastante interessados naquele conhecimento. Nas primeiras décadas desse século, o psicólogo estadunidense J. B. Watson, um dos principais envolvidos nas pesquisas norte-americanas sobre a aprendizagem, publicou um texto que se tornou um marco para a área: A Psicologia Como O Behaviorista a Vê[3]. Nesse artigo Watson defendeu que a Psicologia deveria ser A ciência do comportamento e, ao invés de usar métodos duvidosos, ela deveria estudar apenas aqueles comportamentos que pudessem ser observados.
A proposta de Watson, por um lado, representava um avanço importante na tarefa de tornar a Psicologia uma área do conhecimento realmente científica (de acordo com as definições de ciência da época), mas também continha algumas limitações, que foram rapidamente reconhecidas por seus críticos. Uma dessas limitações, talvez a que mais marcou o behaviorismo proposto por Watson, foi a de que se nós apenas considerarmos os comportamentos publicamente observáveis, os comportamentos que não são publicamente observáveis vão ficar de fora da ciência, e assim comportamentos importantes como o pensar, o sentir, o emocionar-se, seriam negligenciados.
Independentemente de suas limitações, Watson fez várias contribuições para o desenvolvimento do behaviorismo, como ficou conhecida essa psicologia do comportamento (behavior, é a palavra inglesa para comportamento, e behaviorism, como é usado originalmente nessa língua, foi abrasileirado para behaviorismo, ainda que alguns autores traduzam-na para comportamentalismo), e a partir da sua proposição, muitas outras tradições de pesquisa surgiram. Contudo, nem todas essas tradições de pesquisa concordavam com o que Watson defendia sobre como deveria ser a Psicologia. Dentre eles estavam nomes importantes como C. L. Hull, E. C. Tolman, E. L. Thordike e B. F. Skinner.
Esses dois últimos são os mais importantes para entendermos o que é essa tal de Análise do Comportamento que te fez, leitor iniciante, chegar até este ponto do texto. E. L. Thorndike, tal como os outros nomes citados, era um pesquisador estadunidense que muito se dedicou à aprendizagem e seus experimentos mais conhecidos foram aqueles que deram origem à Lei do Efeito. De uma maneira breve, os experimentos de Thorndike consistiam em colocar um animal privado de alimento (gatos foram os mais frequentes) em labirintos devidamente construídos para eles, cuja saída era trancada por um mecanismo que o animal poderia operar, como, por exemplo, uma trava movida apenas por uma corrente que deveria ser puxada. Na saída do labirinto o animal encontrava comida.
O que Thorndike percebeu com tais experimentos foi que quanto mais o animal repetia a fuga do labirinto, mais rápido suas tentativas se tornavam, até chegar a um ponto em que o animal saía do labirinto o mais rápido possível. Através desses experimentos Thorndike formulou a Lei do Efeito, muito importante para o estudo da aprendizagem, e que afirmava, resumidamente, que em uma determinada situação, os comportamentos seguidos proximamente pela satisfação se tornarão mais conectados com aquela situação e os comportamentos seguidos pelo desconforto se tornarão menos conectados com aquela situação[4].
As descobertas desses importantes cientistas foram muito significativas para a formação da Análise do Comportamento como ela é hoje, principalmente porque muito influenciaram o trabalho de um terceiro pesquisador estadunidense: B. F. Skinner. Resumidamente, enquanto Pavlov iniciou os estudos experimentais sobre a aprendizagem de comportamentos, ainda que apenas de comportamentos reflexos, Watson popularizou essas pesquisas, transferindo as contribuições da Reflexologia (uma disciplina da Fisiologia) para a Psicologia, e Thorndike mostrou que alguns comportamentos, diferentemente dos reflexos, mudavam de acordo com seus efeitos.
Skinner marcou um ponto de transição muito fundamental e pode ser considerado o fundador da Análise do Comportamento, tal como a conhecemos atualmente. Podemos considerá-lo um behaviorista, assim como Watson, porque, dentre outras coisas, ele defendeu que o comportamento como objeto de estudo científico, mas, diferentemente de Watson, defendeu que não só os comportamentos publicamente observáveis deveriam virar objeto de estudo, mas TODOS os comportamentos, sem exceção.[5]
Para se ter uma ideia dessa diferença, enquanto Watson defendia que fenômenos como pensamento, memória e imaginação não deveriam ser estudados cientificamente porque, como era difícil de observá-los, não haveria rigor científico em seu estudo, Skinner defendeu que esses fenômenos humanos são comportamentos, assim como os outros, e havia motivos para estudá-los cientificamente também, ainda que isso pudesse ser considerado uma tarefa difícil. Porque eram difíceis e complexos não significava que deveriam ser ativamente ignorados. Dessa forma, Skinner propôs um behaviorismo diferente, chamado por ele de radical, que não deveria ser confundido com o behaviorismo defendido por Watson, que Skinner chamou de metodológico.
Outro ponto importante acrescentado por Skinner foi a diferença entre comportamento reflexo e comportamento operante. Podemos considerar o estudo dos comportamentos operantes como o foco principal dos esforços desse cientista. Também de uma maneira breve, comportamentos operantes são aqueles que são afetados pelas consequências que produzem. Os comportamentos reflexos, por outro lado, são aqueles afetados apenas por eventos que lhe são anteriores, tal como o espirro que é provocado por poeira no ar, a pupila que se contrai na presença de luz direta, ou a perna que se estende com a martelada do exame médico. Por outro lado, girar a maçaneta de uma porta destrancada pode abri-la e isso aumenta a probabilidade de eu voltar a girar a maçaneta da porta novamente caso eu precise passar por ela. Podemos chamar esse comportamento de operante.
Outro exemplo de comportamento operante é quando pedimos a um colega que fale mais baixo e ele obedece, e, assim, quando eu precisar de menos barulho e o mesmo colega estiver falando alto, existe uma grande chance de eu pedi-lo para falar mais baixo, novamente. Comportamentos operantes podem ir de comportamentos “simples” como andar, olhar e apontar, a comportamentos bem complexos, como jogar xadrez, reger uma orquestra ou escrever um livro. Todos são marcadamente influenciados pelas consequências que produzem, e essa explicação difere em no mínimo um ponto importante da explicação de Thorndike. Enquanto a Lei do Efeito dizia que um comportamento fica mais estabelecido perante uma situação se produzir satisfação, Skinner defendeu que as consequências de um comportamento não exigem sensações para aumentar sua frequência[6]. Por exemplo, girar a maçaneta para a direita (comportamento), ao invés de para a esquerda, me levou a abrir a porta (consequência), e, quando eu precisar passar por aquela porta novamente, tendo a girar sua maçaneta para a direita novamente (aumento de frequência), independentemente disso me trazer satisfação ou não. Alguns comportamentos podem levar a consequências que me deem sensações de desprazer, e ainda assim aumentarem de frequência.
As pesquisas conduzidas por Skinner e seus colegas, desde a década de 1930, revolucionaram o estudo do comportamento humano. Inicialmente feitas em laboratório, com pombos e ratos, logo produziram um conjunto de conhecimentos aplicáveis a questões humanas. Ficaram famosas as intervenções desses cientistas em hospitais psiquiátricos, em escolas e até mesmo na psicoterapia clínica. O behaviorismo, tal como proposto por Skinner, chegou a ser considerado a terceira força da Psicologia, nos Estados Unidos.
Hoje, o que chamamos de Análise do Comportamento pode ser entendido como a reunião de todos os estudos acadêmicos sobre comportamento que estejam comprometidos com a proposta do Behaviorismo Radical. Dessa forma, costumamos dividir didaticamente a Análise do Comportamento em Análise Experimental do Comportamento, que engloba estudos feitos em laboratório, onde é possível ter mais precisão quanto aos fenômenos estudados, a Análise Aplicada do Comportamento, que engloba as investigações que utilizam dos conhecimentos da Análise Experimental do Comportamento para tentar criar tecnologias comportamentais que solucionem problemas sociais, e a Análise Filosófica do Comportamento, que reúne as pesquisas sobre problemas filosóficos nos quais a Análise do Comportamento está envolvida[7].
No Brasil, a Análise do Comportamento foi inaugurada principalmente durante a década de 60, quando um pesquisador colega do Skinner, o F. S. Keller, foi convidado pela USP a iniciar a disciplina de psicologia experimental no curso de Psicologia recém-criado. Mas a história da Análise do Comportamento no Brasil é assunto para outro texto.
Por fim, cabe dizer que embora a Análise do Comportamento, no Brasil, esteja relacionada com a Psicologia, não há consenso se a Psicologia é Análise do Comportamento, ou se a Análise do Comportamento é Psicologia. Sabe-se, entretanto, que nem tudo que é Psicologia é Análise do Comportamento, e nem tudo que é Análise do Comportamento é Psicologia, e, ainda que psicólogos digam que são analistas do comportamento, também existem médicos, biólogos, administradores e pedagogos, dentre outros, que também se dizem behavioristas radicais.
Vale notar que este texto é apenas uma apresentação, bem sucinta, do que é a Análise do Comportamento, e muitas coisas importantes e interessantes foram deixadas de lado nesta para que o texto ficasse pequeno e fácil de ler. Existem diversos livros e artigos sobre o tema, e é muito recomendado que se dê uma olhada neles. Para começar, os textos citados aqui e encontrados nas referências (logo abaixo) são primariamente recomendados.


[1] PAVLOV, 1980.
[2] Conferir por exemplo, a influência da Reflexologia na obra de Vigotsky, em VIGOTSKY, 2010, e VIGOTSKY, 2004.
[3] Cuja tradução do artigo original em inglês que foi publicado em 1913, pode ser encontrada em WATSON, 2008, na descrição das referências, ao final do texto.
[4] Conferir em THORNDIKE, 2007.
[5] A proposta de Skinner é extensivamente defendida e diferenciada da proposta de Watson, bem como de outros behavioristas, em SKINNER, 2006.
[6] Conferir mais detalhadamente em SKINNER, 2003.
[7] Essa distinção das áreas experimental, aplicada e filosófica dentro da Análise do Comportamento pode ser encontrada, melhor descrita, em TOURINHO, 2003.
______________________________________________
REFERÊNCIAS.
Pavlov, I. P. (1980). Textos Escolhidos de Ivan Petrovich Pavlov. In: Os Pensadores (R. Moreno, H. d. Uflaker, & E. O. Andreoli, Trads., pp. 1-166). São Paulo: Abril Cultural.
Skinner, B. F. (2003). Ciência e Comportamento Humano (11ª ed.). (J. C. Todorov, & R. Azzi, Trads.) São Paulo: Martins Fontes.
Skinner, B. F. (2006). Sobre o behaviorismo (10ª ed.). (M. d. Villalobos, Trad.) São Paulo: Cultrix.
Thorndike, E. L. (2007). Animal intelligence.
Vigotsky, L. S. (2004). Teoria e método em psicologia (3ª ed.). (C. Berliner, Trad.) São Paulo: Martins Fontes.
Vigotsky, L. S. (2010). Psicologia pedagógica (3ª ed.). (P. Bezerra, Trad.) São Paulo: Marints Fontes.
Watson, J. B. (2008). A psioclogia como o behaviorista a vê. Temas em Psicologia, 16(2), 289-301.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Introdução à LAC-AC

Texto escrito por Roberto Veloso (UFPR , Presidente LAC-AC)

Existe certa tradição entre os alunos, professores e outros profissionais envolvidos na graduação em Medicina, de criar ligas acadêmicas. Este texto descreve como foi formada a Liga Acadêmica Curitibana de Análise do Comportamento, carinhosamente apelidada de LAC-AC, a primeira liga acadêmica no Paraná relacionada com a Análise do Comportamento.
Antes de tudo é preciso responder a questão que provavelmente muitas pessoas estão se perguntando enquanto lêem este texto: “mas o que é uma liga acadêmica?”.
“Liga Acadêmica” é o nome dado a um grupo de pessoas, geralmente acadêmicos, interessados em um determinado tema dentro de uma área do conhecimento, que decidiram se organizar para estudar, pesquisar e divulgar o conhecimento relacionado com tal tema. Na Universidade Federal do Paraná, por exemplo, existe a Liga Acadêmica de Medicina Esportiva (LiAME), e na Pontífica Universidade Católica do Paraná, a Liga Acadêmica de Psiquiatria (LAPSI).
Talvez a característica mais tradicional das ligas sejam as aulas/palestras que elas promovem. Trata-se de encontros de frequência regular (semanais ou quinzenais, por exemplo) nos quais um tema específico é abordado por um profissional relacionado àquele tema. Outra característica das ligas é que, embora sua maioria esteja vinculada a alguma instituição de ensino superior, elas acabam por reunir alunos e interessados de várias instituições ou mesmo profissionais daquele campo de atuação que não estão vinculados a instituição alguma.
O projeto da Liga Acadêmica Curitibana de Análise do Comportamento começou durante um grupo de estudos do clássico livro Ciência e Comportamento Humano, de B. F. Skinner. Esse grupo, que já vinha sendo organizado regularmente durante alguns anos na Universidade Federal do Paraná, acabou por levar à proposta de uma organização melhor para que outros grupos de estudo, além de outras atividades, fossem realizadas, paralelas às disciplinas de psicologia behaviorista ofertadas na mesma instituição. Havia tanta coisa para se aprender para além do que era ensinado, tantas possibilidades de novos conhecimentos, que todos aqueles inicialmente envolvidos no projeto ficaram bastante animados.
E foi assim que a LAC-AC começou, informalmente, com um grupo de colegas da graduação em Psicologia da UFPR, interessados em Análise do Comportamento. No início não foi muito fácil, pois além dos colegas do curso de medicina, poucas pessoas sabiam alguma coisa sobre o que é uma liga acadêmica, e como se organiza uma. Ainda hoje pouco se sabe a respeito. Procurando por informações com os colegas de outras ligas e de outras universidades, descobriu-se que o primeiro passo já havia sido dado. A pedra fundamental de toda liga acadêmica é ter um grupo de pessoas interessadas em um determinado tema.
O segundo passo era conseguir um professor coordenador. Nesse ponto houve poucas dúvidas. Durante alguns anos o prof. Dr. Alexandre Dittrich (UFPR) havia coordenado a execução dos grupos de estudo do livro Ciência e Comportamento Humano, como comentado anteriormente, e, ao ser convidado para coordenar essa empreitada acadêmica, ele não só não hesitou em aceitar como se mostrou super empolgado com o projeto e suas potencialidades.
O próximo passo a ser dado era chamar mais pessoas para participar. Não foi difícil encontrar colegas interessados em Análise do Comportamento e comprometidos com seu estudo, pesquisa, prática e divulgação. Muitas das pessoas que atualmente compõem a LAC-AC começaram a participar do projeto nesse momento e desde então têm se mostrado de insubstituíveis em sua dedicação e criatividade.
Com a equipe já formada e com um professor coordenador, vieram as longas e exaustivas discussões sobre como oficializar a LAC-AC. Seria uma associação sem fins lucrativos, um projeto de extensão da UFPR ou uma iniciativa livre de alunos? Depois de diversas investigações, debates e arguições, decidiu-se pela última opção.
Hoje, a LAC-AC é composta por um pequeno número de alunos da graduação em Psicologia pela UFPR que, interessados em aprofundar seus estudos em Análise do Comportamento, além de incentivar o estudo, pesquisa e divulgação dessa ciência, estão se reunindo para organizar uma série de atividades que começarão em 2014. Como exemplos, teremos o início do grupo de estudos Comportamento Verbal, o minicurso de Ciências Jurídicas Comportamentais, o minicurso de Neurociência Comportamental e a Equipe de Pesquisa em Análise do Comportamento e Sustentabilidade, dentre outros.
Por fim, vale a pena avaliar um último ponto. Embora inicialmente a LAC-AC tenha sido organizada e desenvolvida apenas por alunos da UFPR, isso é apenas um quadro momentâneo. Não só as atividades promovidas pela Liga serão abertas a todos os estudantes interessados em Análise do Comportamento, independentemente da instituição de ensino, como também qualquer um, de qualquer instituição de ensino, interessado em tornar-se um membro será muito bem vindo a participar do processo seletivo de 2014 para membros efetivos, que, perdoem-me os spoilers, acontecerá em breve.  


Até lá!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Membros

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